sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Desconexos


Hoje, eu não vim para defender Deus. Não tenho procuração para isto. Ainda bem que ele não me deu por que nunca precisou. Quem sabe se ele me desse seria condenado na minha primeira fala em defesa dele. Há cerca de 1978 anos o mundo julgou culpando de muitas coisas na sua vida e no mundo! Tais pessoas o mataram! E agora?
Quem sabe, estamos acostumado a pensar Deus dentro da filosofia aristotélica do motor imóvel. Quando pensamos assim, Deus é visto como anti-social. Ele é determinante, tirano, teimoso e distante de interações com as mudanças. Ele se torna apenas causa sem se importar com as conseqüências. Influencia, não é influenciado. O ser humano no motor imóvel se torna insensível, medíocre, insano, gira em torno de si mesmo é autodestrutivo .
Sei que a linha da teologia relacional tem sido considerada perigosa, pois é chamada de “a domesticação do Deus Todo-poderoso”. Entretanto, pensar Deus fora das interações humanas é fazer pouco do humano que Deus é.
Se o “ser humano”, o Cristo encarnado, modelo de humanidade e divindade é a obra prima da revelação de Deus. Por isso, Hebreus chama a encarnação de “a plenitude dos tempos”. Então, não consigo pensar em um tempo em que Deus não tenha pensado no humano. Na transcendência da humanidade encontro o divino - Se encarnando e divinizado desde o princípio. Pois não existe um tempo em que Deus era ou não era. Mesmo Marcos, grego, chama o ministério de Jesus de “o cumprimento do tempo” (Mc. 1: 15). João vê este evento como a realização do eschaton (fim, útimas coisas) a expressão plena da divindade. A glória do Pai no Filho (João 1: 14-16).
Deus não conhece limites da moral, ética, valores humanos. O amor dele é sem escrúpulos humanos. Vai além dos nossos preconceitos. As nossas justiças longe estão da sua justiça. A começarem pelo duelo com o amor. Tudo aquilo que nos fere machuca Deus. Quando eu olho para alguém eu tenho uma carga gen-ética, que por mais que eu queira expurgá-la, só a direcionarei para outros horizontes. Mas ela continuará comigo. Daí, o certo e o errado vão depender sempre daquilo que consciente, ou inconscientemente reafirmo ou nego. Eu não sou totalmente livre. Deus, porém, não herdou isto de ninguém. Renato Russo nos diz que só quem pensa por si mesmo é livre! Logo, só posso pensar Deus dentro do horizonte da liberdade. Entretanto, a liberdade para mim será sempre conceitual. Assim, o ser livre fica aprisionado nos meus pré-conceitos e talvez, e sem buscar conhecê-lo, na forma de relacionamentos verdadeiros com Ele, nunca chegue a um novo-conceito e, quando julgo louvável ou desprezível a fé, a religião, Deus, os seres humanos e seus comportamentos, assim, o faço próximo ou distante da vontade de Deus. O ser livre que por vezes tento torná-lo prisioneiro d-E”eu “s.
Pois, um ser livre, amor, justo não significa, necessariamente, um ser sem vontades, sem opções, despersonalizado. Assim, não é Deus, não é humano. É esfera atômica. É tomismo aristotélico (doutrina defendida por Tomás de Aquino), é polarização de campos magnéticos. Mas, não mais do que o magma da moral ou da ética! Por outro lado, Deus rejeita o seu aprisionamento nos limites da matéria da insensibilidade idolátrica. ELES NÃO INTERAGEM Salmo 115). Deus perpassa todas as coisas sem se deixar aprisionar. Em oração, tente pensar Deus e ouvir o próprio Deus fora dos seus “eus” ou terás deuses que não passam de capachos seus.
Pense na Páscoa como libertação! SINAL DA PRESENÇA DE DEUS NO MUNDO! O surgir de uma nova vida que você pode ser instrumento de Deus para reanimar e não apenas de uma massa sólida de chocolate!




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