domingo, 22 de maio de 2011

Minha Reflexão de Páscoa / Luto pela tragédia no Realengo

"A paz depende de nós. De atitudes reais, prá mudar. Nada é maior que o sol, juntos nós somos iguais. Todos a uma só voz a sonhar. Temos que cuidar direito do jardim (mundo e corpo, sinal de existência) respeitar a vida, a terra e o mar, raças, povos e nações todos juntos pelo bem maior. Aleluia"!

(Banda Catedral)



Confissões de um Pastor: a propósito da Páscoa, Educação Continuada e do massacre no Rio de Janeiro...



Celebremos uma Páscoa de luta pela vida que se enfrenta nas trincheiras da violência assumindo o compromisso do perdão e do não-revide.



Pai, perdoa-lhes por que aqueles que usam de violência para afrontarem ou revidarem não sabem o que fazem. Tu que és afrontado, em sua semelhança, sabes o que isto significa. A cruz continua a nos ameaçar. Para ela sempre queremos mandar os outros. Sempre preferimos que alguém seja crucificado por nós. Como os seus discípulos, continuamos fugindo da crucificação e deixando-o sozinho em sua missão de defender a vida (enfrentar a morte pela vida).



Não estou de luto apenas pelo que aconteceu no Rio de Janeiro com aquelas crianças, jovens e adultos. Mas por mim mesmo quando também me vejo morrendo na indiferença com aqueles que morrem ou matam ao meu lado e vivo como se estas pessoas já não existissem há anos. Assim, me vejo matando os clamores de socorro e suspiros do oprimido e transformando a religião no ópio, vazia e sem significado, longe de um Deus imanente (Emanuel = Deus + no meio + de nós).



Deus, me ajude a ser pacificador e não apenas criar um sentimento de pacificação da minha própria vida.

Isto me lembra as tuas palavras na cruz: "Chorai por vós mesmos"!

Somente quando choramos por nós mesmos temos noção do choro do outro.

Parece que estamos perdendo a capacidade de chorar até por nós mesmos.

O medo nos paralisa, sufoca a dor, congela o coração e resseca a alma. Como rota de fuga definimos isto como normal e fingimos cara de indiferença ou de alegria.

Por isso, Senhor, antes que o meu corpo, vituperado pela dor da solidão de mim mesmo, lamentando o meu próprio desamparo de quem viveu e não se encontrou, morreu e não amou. De uma alma que fugiu de mim na insensibilidade de um coração endurecido e de um espírito inconsciente e inconstante; Antes que se digam “tudo está consumado” e não me lembre, nem de mim mesmo; E a vida se passe a um eterno fardo, “Nas tuas mãos entrego o meu Espírito” na unidade plena do ser num mundo que não é, mas se impõe como se fosse, razão de todas as coisas criadas. Tu me remiste e não deixarás a minha alma no Hades e nem permitirás que o teu servo veja a corrupção.

Eu, pobre, miserável e pecador, me encontro com a tua santidade, e beleza. Nela vejo a glória de quem ama na esfera sofrida da esperança que reconstrói uma nova história. Que faz novas todas as coisas; Recrias-me a tua imagem à tua semelhança e me fazes ser mais que uma cortina de fumaça que ofusca o teu altar; Revelas-me a tua face e caminhas ao meu lado; Vês que ainda não sou o que tu és, mas, me chamas “perfeito” por que a tua perfeição transpõe as barreiras da minha rebelião e indiferença e Tu, que fostes abandonado e desprezado por mim, ainda me chamas de “Irmão” e abres as portas para as entranhas do Pai. A isto chamamos “estado de graça”. Assim, pois, Em Ti encontro forças para resistir aos recônditos tenebrosos e mais profundos das minhas sepulturas e reviver a vida num constante recomeço de fé e esperança na luta pela vida que eu mesmo desprezei-a na cruz.

Ajudes-me a te amar e contigo todos os sofridos deste mundo.



Feliz Páscoa a Todos. Saudades do que eu nunca Vi..................................



Ass: Pr. Israel de Souza Cruz.

sersouza@hotmail.com

IPI do Lobato, Salvador - 07 de Abril de 2011

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